11 de abril de 2009

NO FORNO DE LENHA

Estou à espera que os últimos bolos alentejanos ("costas") saiam do forno. Também arrisquei, juntando uns suspiros (alguns cobertos de canela), em último, como manda a tradição e a lei das temperaturas. Veremos.
O pão ficou bom: come-se bem, apenas com manteiga em cima.
Isso traz-me à cabeça a lembrança de um escritor meu conhecido que me despreza ligeiramente por não me drogar, furar com piercings ou, pelo menos, fumar. É verdade, não faço nada disso. Mas regressar com um tabuleiro de pão acabado de fazer, do forno até à casa, debaixo das estrelas frias, também me dá pedra. Não sei é se isso conta na contabilística urbano-depressiva ;)

6 comentários:

salamandrine disse...

a mim deixa com inveja.... já do fumo ou dos piercings, não posso dizer o mesmo ;P

Anónimo disse...

Criam-se os mitos e alguém tem de os alimentar -"de poeta e louco todos temos um pouco" ou "para ser um verdadeiro artista tem de ter algo de louco"-.
São tantas as interpretações, adaptações e necessidades da loucura...
A situação descrita parece-me mais um bom antídoto para a "económica urbana-depressiva".
Será?
BS

Glória disse...

Aí fica uma palavra de ânimo para a arte que tão bem sabe fazer.A palavra também é uma "pedra". Aguardamos por uma "dose" de Cachapa.

Anónimo disse...

ainda bem que não faz nada dessas coisas , tão banais e arrepiantes e cuida do seu estõmago , no grego queria dizer coração...
bom apetite, e óptimas pedras!

WXpl

Daniel J. Skråmestø disse...

ui, do que me foste lembrar... eu que gosto tanto de costas. Há tantos anos que não como uma!!!

Cristina Dionísio disse...

Bem, o que esse escritor não pensaria de mim: não fumo, nunca me droguei, não tenho piercings, tatuagens, nem sequer as orelhas furadas para brincos e nunca me embebedei; sempre achei que qualquer coisa que me alterasse a consciência resultaria em algo falso, que não seria autêntico, mas lá está, devo mesmo ser uma santinha...
E o pão, oh, o pão, dá cá um gozo chegar a casa com uns pãezinhos de Mafra acabados de sair do forno, despir o casaco, tirar as botas, e depois sentar-me calmamente com um desses pães ainda quentes, com manteiga... qual Prozac ou Seroxat, qual quê! Isso sim, é que nos dá prazer!